Ecoando o amor além fronteiras

Reflexão do Evangelho do Domingo dia 15 de Janeiro de 2017

16 JAN 2017
16 de Janeiro de 2017

2º Domingo do Tempo comum (A)

15 de janeiro de 2017

Outro dia, eu recebi o telefonema de uma senhora que mora com os filhos nos Estados Unidos. Ela soube que seu ex-marido no Japão foi hospitalizado a causa de um câncer terminal, por isso ela veio ao Japão rapidamente. Ele recebeu o batismo antes do casamento e eles casaram na igreja católica, por isso, ela me pediu para levar o sacramento da unção dos enfermos ao seu marido.

Eu encontrei com a mulher no hospital e escutei a situação detalhada. Seu marido não gostava de trabalhar, por isso, era freqüente a briga do casal. Algumas vezes separavam depois voltavam, mas ela foi viver nos Estados Unidos com dois filhos. Depois um de seus filhos voltou no Japão e experimentou viver com pai, mas ele não conseguiu ter paciência e voltou para os Estados Unidos. Mas quando ela ouviu que seu marido estava com câncer terminal, eles vieram em seguida para o Japão, pois ela queria que seus filhos encontrassem com o pai ainda em condições de conversar.

Depois que a mulher o deixou em definitivo, parece que ele foi somente à missa de Natal e de Páscoa. Há muitos anos quando ele ficou sabendo do câncer, sem ter um amigo para conversar sobre a doença ele foi à Igreja, mas justo naquele dia o padre não estava. Então, ele deixou uma carta na igreja, mas a carta não foi tocada. Ouvindo a história dele eu senti que fisicamente ele ficou longe da igreja, mas ele deixou seu coração na igreja.

Quando eu conversei com seu marido, percebi que ele é uma pessoa simples. Possivelmente ele e a esposa tiveram que viver separados foi por várias razões. Mas agora passando o final do outono da sua vida, a alegria do encontro com a família deu-lhe uma aparência suave e senti um ambiente calmo.

No evangelho de hoje, ao ver Jesus, João Batista diz, “Eis o cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo.” Ele sentiu que Jesus não veio julgar o mundo pelo poder e a força, mas veio tirar o pecado do mundo de outra forma, não é?

Jesus entende que pecamos por causa de nossa fragilidade. Por isso, tirar o pecado do mundo não significa que nós humanos não vamos pecar mais. Mas, isto mostra-nos o poder para perdoar o pecado. A melhor figura para ilustrar isso, é a figura de Jesus crucificado que apesar de inocente, foi obediente e manso como um cordeiro até à morte de cruz. Há mais de dois mil anos, que Jesus crucificado carregou o pecado de um homem que sofre hoje pelo câncer em fase terminal. Jesus carregou os pecados de um homem que fracassou na vida familiar e não fez aos filhos o que um pai deve fazer.

Quando eu celebrei a cerimônia da unção dos enfermos, os dois filhos não conseguiram ler a oração dos fiéis, porque eles choraram. Segundo a mãe os filhos, não têem boas recordações do pai. Mas quando eles viram que o pai mudando muito, percebi que eles sentiram no coração o vínculo com o pai, que é o único no mundo.

Durante longo tempo, pai e filhos não se falaram com voz gentil, mas eu senti que o muro de gelo sem confiança entre pai e filhos se derreteu pela mensagem de Jesus crucificado perdoando os pecados da humanidade.

Amanhã, vamos celebrar a missa com esta família pela saúde do pai. Talvez esta, será a última missa com toda a família. Por favor, peço a todos que orem por esta família reconciliada

Pe. Megumi Fujita – Igreja de Kanuma e Mine – Tochigi-ken

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Diocese de Saitama - Japão