Ecoando o amor além fronteiras

Reflexão do evangelho do Domingo 29 de Janeiro de 2017

30 JAN 2017
30 de Janeiro de 2017

4º Domingo do Tempo comum (A)


Textos: Sf 2,3,3,12-13; 1Cor 1,26-31; Mt 5,1-12a

A primeira leitura que ouvimos é um texto do profeta Sofonias, que atuou no tempo do rei Josias no reino de Juda no sul de Israel. Josias é o rei que renovou a política religiosa adúltera, e promoveu a reconstrução do país, mas este texto que lemos, é antes da reforma. Por isso, os judeus que seguiam fielmente os mandamentos da Lei sofreram muito e lutaram para reverter os planos de Josias. A palavra ‘humilhar’, significa ajoelhar-se diante de Deus e suportar os sofrimentos no mundo.

Isto é igual à pregação de Jesus. O evangelho que lemos é um trecho do chamado Sermão da Montanha e ele fala sobre a consolação para as pessoas que se encontram em posição de injustiçado. Neste texto das Bem-aventuranças, Jesus fala de oito situações muito comum entre as pessoas. E Jesus diz que essas pessoas são felizes. Mas, será que as pessoas que se encontram nessas oito situações são realmente felizes? Daí que precisamos sentir os sofrimentos da vida diária à partir do ponto de vista da religião. Por que precisamos suportar o sofrimento? Em geral pensamos que os sofrimentos são castigos pelos nossos pecados. Mas se o sofrimento for castigo dos nossos pecados, todos os sofrimentos são criados pelos pecados.

No entanto, como vimos na primeira leitura e no evangelho quem obedece a Deus também pode sofrer. Por exemplo, mesmo que não pecamos pecados grandes podemos perder a vida ou receber as consequencias dos desastres naturais. Qual é o significado do sofrimento?

O Papa João Paulo segundo escreveu sobre o sofrimento humano na Carta Apostólica Salvifici Doloris, que significa em português, Salvação Dolorosa. O sofrimento da pessoa sem pecado é um mistério que não conseguimos entender. Ele explicou que o sofrimento não é necessariamente o resultado do pecado. Então, por que existe o sofrimento? João Paulo II responde dizendo que o sofrimento existe para nos levar ao amor. É para as pessoas se doarem totalmente desinteressada às pessoas que sofrem. O significado do sofrimento está em sentirmos a compaixão quando vemos as pessoas sofrendo.

A comunidade da igreja de Mine onde moro, fez cento passarinhos em ORIGAMI para os doentes. Além disso, a comunidade arrecadou também dinheiro para uma vietnamita que necessitava fazer cirurgia. Porque nasceu um laço de amor entre os membros como uma maneira de envolver as pessoas que sofrem. Os laços de amor entre as pessoas é o amor que Deus derramou.

No entanto na Igreja de Corinto na segunda leitura, por causa da sabedoria e talentos, aconteceram conflitos na comunidade. Porque é próprio de Deus unir as pessoas, mas as coisas dos humanos dividem as pessoas. E é por isso que Paulo nos chama a atenção, “ninguém possa gloriar-se diante de Deus”. A comunidade eclesial é o grupo de pessoas conscientes de que são pecadores perdoados por Deus. O centro da comunidade não é a força, a sabedoria humana e os talentos, mas o fraco que se ajoelha diante de Deus e pede perdão.

Neste dias começou a projetar o filme ‘Silêncio’, obra do escritor Endo Shusaku. Ele conta a história da perseguição do cristianismo no Japão. Por que Deus silenciou aos cristãos frágeis pelo poder do governo que os esmagou? Quando sabemos que Deus se importa com os fracos e tenta salvá-lo, nós percebemos que Deus acompanha e nos aconchega em nosso sofrimento.

-----Pe.João Evangelista Megumi Fujita – Pároco da Igreja de Mine e Kanuma- Tochigi

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