São Francisco Xavier / 1506 - 1552
O santo nasceu perto de Pamplona (Espanha) no
castelo de Xavier, no ano 1506. Foi enviado a estudar a Universidade de Paris,
e estando ali conheceu Santo Ignácio de Loyola com quem estabeleceu uma sólida
e bonita amizade. Santo Ignácio lhe repetia constantemente a famosa frase do
Jesus Cristo: "Do que serve a um homem ganhar o mundo inteiro, se perder a si
mesmo?"
E foi justamente esta amizade e as frequentes
conversas e intensas orações o que transformou por completo a São Francisco
Xavier, quem foi um dos sete primeiros religiosos com os quais Santo Ignácio
fundou a Companhia de Jesus ou Comunidade de Padres Jesuítas.
No
dia 6 de maio de 1542, aportava na remota e lendária Índia, depois de
conturbada viagem de treze meses, o filho dileto de Santo Inácio de Loyola. As
portas da Ásia abriam-se diante desse sacerdote de apenas 35 anos de idade.
Seu
primeiro campo de ação foi a cidade de Goa, principal colônia portuguesa no
Oriente, onde os europeus esquecidos de sua missão civilizadora, dedicavam-se a
um lucrativo comércio e se deixavam arrastar pela sensualidade e pelos vícios
do mundo pagão.
Em
poucas semanas, fizeram-se sentir naquela cidade o benéfico efeito da ação de
presença, das pregações e do ativo zelo do novo missionário: "Tantos eram
os que vinham se confessar que, se eu fosse dividido em dez partes, todas elas
precisariam atender confissões" - escreveu ele em setembro de 1542 aos
jesuítas de Roma.
Depois
de passar alguns meses nessa cidade, rumou Francisco para terras ainda mais
distantes. Toda a costa sul da península indiana foi percorrida por ele. E a
partir de então, sua vida tornou-se um ininterrupto peregrinar por terras,
mares e ilhas longínquas, alargando sem cessar as fronteiras do Reino de Jesus.
Em carta de janeiro de 1544, disse ele a seus irmãos de vocação: "Tanta é a multidão dos que se
convertem à fé de Cristo nesta terra por onde ando, que muitas vezes me
acontece ter os braços cansados de tanto batizar (...). Há dias em que batizo
todo um povoado".
Um
ano depois, relatava novas maravilhas operadas por Deus naquelas paragens: "Notícias destas partes da Índia:
faço-lhes saber que Deus nosso Senhor moveu muitos, num reino por onde ando, a
se tornarem cristãos, de modo que num mês batizei mais de dez mil pessoas.
(...) Depois de batizá-los, mando derrubar as casas onde tinham seus ídolos e
ordeno que rompam as imagens dos ídolos em pequenas partes. Acabando de fazer
isto num lugar, dirijo-me a outro, e deste modo vou de lugar em lugar fazendo
cristãos".
Certo dia, estando na cidade de Malaca, apresentaram-lhe um homem de
olhos oblíquos e mirada inteligente, que havia percorrido centenas de milhas
tendo por único intuito encontrar-se com o célebre e venerável ocidental que
perdoava os pecados... Seu nome era
Hashiro e sua terra natal, o Japão.
Imediatamente, vislumbrou Francisco a riqueza que seria para a Igreja se
o povo representado por esse intrépido neófito fosse santificado pelas águas do
Batismo. Escreveu então a seu fundador, em janeiro de 1549: "Não
deixaria eu de ir ao Japão pelo muito que tenho sentido dentro de minha alma,
ainda que possuísse a certeza de que haveria de passar pelos maiores perigos da
minha vida, porque tenho grande esperança em Deus Nosso Senhor que nessas
terras há de crescer muito nossa santa fé. Não poderia descrever quanta
consolação interior sinto em fazer esta viagem ao Japão".
Lutando contra adversidades de toda ordem, mais de dois anos passou
Francisco no Japão, fundando igrejas, anunciando a verdadeira fé a príncipes e
nobres, a pobres camponeses e inocentes crianças. Em carta de novembro desse
mesmo ano, declarou a seus irmãos residentes em Roma: "Pela experiência que temos
do Japão, faço-lhes saber que seu povo é o melhor dos descobertos até
agora".
Entretanto, tendo como objetivo conseguir mais missionários para essa
promissora terra, partiu de volta à Índia, deixando no Japão, que não mais o
veria, uma robusta e florescente cristandade.
Seu desejo ainda era poder
ser missionário e converter a grande nação chinesa. Mas nesse lugar estava
proibida a entrada aos brancos da Europa.
Ao fim, conseguiu que o capitão de um navio o levasse a ilha deserta de São Cian, a 100 quilômetros de Hong - Kong, mas ali o deixaram abandonado, adoeceu-se e consumido pela febre, morreu em 3 de dezembro de 1552, pronunciando o nome do Jesus, a idade de 46 anos.
Anos mais tarde, seus companheiros da congregação quiseram levar seus restos a Goa, e encontraram seu corpo incorrupto, conservando-se assim até nossos dias.
A Papa Pio X nomeou a São Francisco Xavier como Patrono de todos os missionários (juntamente com Santa Teresinha, Santo Ignácio, São Felipe e São Isidoro), porque foi sem dúvida um dos maiores missionários que existiram, sendo chamado com justa razão o "gigante da história das missões".