Ecoando o amor além fronteiras

"Filho, eis aí tua Mãe"

03 MAR 2016
03 de Março de 2016

A paz de Jesus e o amor de Maria, estejam no coração de todos.

Irmãos, já estamos praticamente na metade do tempo da quaresma, este tempo tão rico para nós católicos. Existem tantas expressões que já ouvimos como: um tempo de deserto interior, tempo de conversão, tempo de oração, jejum e penitência (os pilares da quaresma), tempo de mergulharmos na misericórdia de Deus, etc... É o tempo onde procuramos tirar algo que gostamos como carne, arroz, doce, pão... enfim, saímos um pouco da rotina, é um tempo diferente. Tudo isso, pela necessidade de nossa conversão. Com certeza, é um grande auxilio percorrermos este caminho junto com Nossa Senhora. Assim como Maria acompanhou cada passo de Jesus, na sua paixão, ela quer percorrer este caminho da quaresma junto conosco. Ainda dá tempo....

Podemos aprender tantas coisas com Maria. Uma delas, é muito favorável para este tempo: Maria guardava todas estas coisas no coração (Lc 2,51). Este trecho de Lucas, onde nos mostra esta atitude de Maria, decorre do fato da perda e o encontro do menino Jesus entre os doutores da lei, no templo em Jerusalém. A palavra nos diz que quando Jesus questiona Maria e José: “por que me procuráveis? Não sabeis que devo ocupar-me das coisa de meu pai?”, eles não entenderam aquela atitude de Jesus, e em seguida voltaram para sua casa, retomaram o caminho a Nazaré, e assim nos diz: Sua mãe guardava todas essas coisas no coração.

Pode parecer que foge um pouco do contexto que vivemos, da quaresma. Mas quantas coisas acontecem em nossa vida, onde não entendemos as situações. E quantas vezes ficamos patinando, não saímos do lugar, ficamos emaranhados em situações que nos paralisam. Hoje podemos convidar nossa Mãe, que venha nos ajudar neste tempo de quaresma, a retomar o caminho, voltar para casa, mesmo sem entender tudo que se passa em nossas vidas. Pedir à Nossa Senhora que nos ensine a guardar o que precisamos em nosso coração, e lançar fora aquilo que nos prende, aquilo que nos faz mal. Que Maria nos ajude a chegar até os pés da cruz, como o discípulo amado “João”, que esteve com ela.  

Quanta desolação sentiu Maria aos pés da cruz. Jesus não quis somente dar uma mãe a João, mas também, um filho a Maria. Será que depois de ver seu Filho pregado numa cruz, Maria não seria capaz de entender o nosso sofrimento?

Sim, Maria nos entende, e por isso é nossa mãe e intercessora fiel. Ela roga pelos pecadores, nos ajuda a ficarmos de pé, e nos ensina que é muito mais feliz aquele que é dócil e obediente à Deus.

Só quem passa pelo calvário, consegue chegar à ressurreição!!!

Não sei se você já conhece a história de como surgiu a oração da Salve-Rainha. Ela pode nos acompanhar neste tempo de deserto. Deixo-a aqui pra você! Deus pode fazer maravilhas em nossas vidas, se aceitarmos nossa realidade, mesmo sem entender. Deus nos abençoe!!!

Até breve

Voz do Peregrino.

 

A autoria da oração é atribuída ao Monge Hermano Contracto, que a teria escrito por volta de 1050, no mosteiro de Reichenau, no Sacro Império Romano-Germânico. Foi composta em latim, que é a língua oficial da igreja até hoje.

Naquela época, a Europa central passava por calamidades naturais, epidemias, miséria, fome e a ameaça contínua dos povos nómadas do Leste, que invadiam os povoados, saqueando-os e matando.

Frei Contracto nascera raquítico e disforme e, na idade adulta, andava e escrevia com dificuldade. Foi nesta situação que criou esta prece, mesclando sofrimento e esperança.

Segundo a crença, quando nasceu e constataram o raquitismo e má-formação do bebê, sua mãe, o consagrou no leito a Maria, sendo ele educado na devoção a Nossa Senhora. E, anos mais tarde, foi levado de liteira, por ser deficiente físico, até Reichenau, onde, com o tempo, chegou a ser mestre dos noviços.

Quando veio a ser conhecida pelos fiéis, a "Salve Rainha" (em latim: "Salve Regina") teve um sucesso enorme, e logo era rezada e cantada em muitos locais.

Um século mais tarde, ela foi cantada também na Catedral de Espira, por ocasião de um encontro de personalidades importantes, entre elas, a do imperador Conrado III e São Bernardo, conhecido como o "cantor da Virgem Maria", ele que foi um dos primeiros a chamá-la de "Nossa Senhora".

Frei Contracto compôs a oração até a frase “mostrai-nos Jesus, o bendito fruto do vosso ventre”. Dizem que foi nesse dia e lugar que, ao concluir o canto da "Salve Rainha", cujas essas últimas palavras, um silêncio tomou conta do lugar, e São Bernardo gritou sozinho, no meio da catedral: "Ó clemente, ó piedosa, ó doce e sempre Virgem Maria"... E, a partir dessa data, estas palavras foram incorporadas à "Salve Rainha" original.

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