Reflexão do 2º dia
O segundo dia é dedicado à COMPREENSÃO. Compreensão é uma nota distintiva de todo verdadeiro amor.
Podemos dizer que a encarnação de um Deus que se faz homem pode ler-se em chave desse grande valor chamado compreensão. É um Deus que fica em nosso lugar, que rompe as distâncias e compartilha nossos afãs e nossas alegrias. É graças a esse amor compreensivo de um Deus pai que somos filhos de Deus e irmãos entre nós. Deus, como afirma São João, nos mostra a grandeza de seu amor e nos chama a viver como filhos dele. Ler a primeira carta de João 3, 1 – 10. Se de verdade atuarmos como filhos de Deus não imitamos Caim, mas “dermos a vida pelos irmãos” (3, 16).
Com um amor compreensivo somos capazes de ver as razões de outros e ser tolerantes com suas falhas.
Se o NATAL nos tornar compreensivos será um excelente Natal. Feliz Natal é aprender a nos colocarmos no lugar dos demais.
Reflexão do 3º dia
O Terceiro dia é dedicado ao RESPEITO.
Uma qualidade do amor que nos move a aceitar os outros tal como são.
Graças ao respeito valorizamos a grande dignidade de toda pessoa humana feita à imagem e semelhança de Deus, embora essa pessoa esteja errada.
O respeito é fonte de harmonia porque nos anima a valorizar as diferenças, como o faz um pintor com as cores ou um músico com as notas ou ritmos.
Um amor respeitoso nos impede de julgar os outros, manipulá-los ou querer moldá-los a nosso tamanho.
Sempre que penso no respeito vejo Jesus conversando amavelmente com a mulher samaritana, tal como o narra São João no capítulo quarto de seu evangelho.
É um diálogo sem recriminações, sem condenações e no qual brilha a luz de uma delicada tolerância.
Jesus não aprova que a mulher não conviva com seu marido, mas em lugar de julgá-la, a felicita por sua sinceridade.
Atua como bom pastor e nos ensina a ser respeitosos se de verdade queremos nos entender com os demais.
Reflexão do 4º dia
O quarto dia é dedicado à SINCERIDADE.
Uma qualidade sem a qual o amor não pode subsistir, já que não há amor onde há mentira. Amar é andar na verdade, sem máscaras, sem o peso da hipocrisia e com a força de integridade.
Só na verdade somos livres como anunciou Jesus Cristo: João 8, 32. Só sobre a rocha firme da verdade pode se sustentar uma relação nas crises e nos problemas. Com a sinceridade ganhamos a confiança e com a confiança chegamos ao entendimento e à unidade. O amor ensina a não agir como os egoístas e os soberbos que acreditam que sua verdade é a verdade.
Se o Natal nos aproximar da verdade é um bom Natal, é uma festa em que acolhemos Jesus como luz verdadeira que vem a este mundo: João 1, 9. Luz verdadeira que nos afasta das trevas nos move a aceitar a Deus como caminho, verdade e vida. Que nosso amor esteja sempre iluminado pela verdade, de modo que esteja também favorecido pela confiança.
Reflexão do 5º dia
O quinto dia é dedicado ao DIÁLOGO.
Toda a Bíblia é um diálogo amoroso e salvífico de Deus com os homens. Um diálogo que leva a seu cume e sua plenitude quando a Palavra de Deus que é Seu Filho, se faz carne, se faz homem, tal como narra São João no primeiro capítulo de seu evangelho.
De Deus apoiado na sinceridade, assegurado no respeito e enriquecido pela compreensão, é o que necessitamos em todas nossas relações.
Um diálogo em que diariamente “nos revestimos de misericórdia, bondade, humildade, mansidão e paciência”. Colossenses 3, 12.
O diálogo sereno que brota de um sincero amor e de uma alma em paz é o melhor presente que podemos nos dar em Dezembro. Assim evitamos que nossa casa seja lugar vazio de afeto onde andamos dispersos como estranhos sob o mesmo teto.
Deus concede a todos o dom de nos comunicar sem ofensas, sem julgamentos, sem altivez, e sim com apreço que gera acolhida e aceitação mútua.
Reflexão do 6º dia
O Sexto dia para valorizar a SIMPLICIDADE.
Simplicidade que é a virtude das almas grandes e das pessoas nobres.
Simplicidade que foi o adorno de Maria de Nazaré tal como ela mesma o proclama em seu canto de Magníficat.
“Meu espírito se alegra em Deus meu Salvador porque olhou a humildade de sua serva” Lucas 1, 47 – 48.
Natal é uma boa época para desterrar o orgulho e tomar consciência de tantos males que conduzem a soberba.
Nenhuma virtude nos aproxima tanto dos demais como a simplicidade e nenhum defeito nos afasta tanto como a arrogância.
O amor só reina nos corações humildes, capazes de reconhecer suas limitações e de perdoar sua altivez.
É graças à humildade que agimos com delicadeza, sem nos crer mais do que ninguém, imitando a simplicidade de um Deus que “se despojou de si mesmo e tomou a condição de servo” Filipenses 2, 6 – 11. Crescer em simplicidade é um admirável presente para nossas relações. Recordemos que nesta pequenez há verdadeira grandeza, e que o orgulho acaba com o amor.
Reflexão do 7º dia
Sétimo dia para crescer em GENEROSIDADE.
É a capacidade de dar com desinteresse onde o amor ganha a corrida do egoísmo.
É na entrega generosa de nós mesmos que se mostra a profundidade de um amor que não se esgota nas palavras. E isso é o que celebramos no Natal: o gesto sem par de um Deus que dá a si mesmo. Isso São Paulo destaca: “soberba também na generosidade… pois conheceis a generosidade de Nosso Senhor Jesus Cristo o qual sendo rico, por vós se fez pobre para que vos enriquecêsseis com sua pobreza”.
É uma passagem bíblica em que o apóstolo convida aos Coríntios a compartilhar seus bens com os necessitados. 2Cor 8, 7 – 15. Sabemos amar quando sabemos compartilhar, sabemos amar quando damos o melhor de nós mesmos em lugar de dar apenas coisas.
Tomemos pois, a melhor decisão: dar carinho, afeto, ternura e perdão; dar tempo e dar alegria e esperança. São os presentes que mais valem e não custam dinheiro. Demos amor, como dizia São João da Cruz: onde não há amor coloques amor, e tirarás amor.
Reflexão do 8º dia
Oitavo dia para assegurar a FÉ.
Uma fé que é firme quando nasce de uma relação amistosa com o Senhor.
Uma fé que é autêntica se está confirmada com as boas obras, de modo que a religião não seja apenas de rezas, ritos e tradições.
Precisamos cultivar a fé com a Bíblia, a oração e a prática religiosa porque a fé é nosso melhor apoio na crise.
Necessitamos de uma fé grande em nós mesmo, em Deus e nos demais. Uma fé sem vacilações como queria Jesus: Marcos 11. 23.
Uma fé que ilumina o amor com a força da confiança, já que “o amor em tudo crê”. 1Cor 13, 7.
A FÉ é a força da vida e sem ela andamos à deriva. Razão tinha Publio siro ao dizer: aquele que perdeu a fé, já não tem mais nada a perder. Que bom que cuidemos de nossa fé como se cuida de um tesouro!
Que bom que nos possam saudar como à Virgem!: “Feliz és tu que acredistaste “. Lc 1, 45.6.
Oração ao menino Deus: Senhor, Natal é a lembrança de teu nascimento entre nós, é a presença de teu amor em nossa família e em nossa sociedade. Natal é certeza de que o Deus do céu e da terra é nosso pai, que tu, Divino Menino, é nosso irmão. Que esta reunião junto a teu presépio nos aumente a fé em sua bondade, comprometa-nos a viver verdadeiramente como irmãos, nos dê valor para matar o ódio e semear a justiça e a paz. Ó Divino Menino, ensina-nos a compreender que onde há amor e justiça, ali estas tu e ali também é natal. Amém.
Reflexão do 9º dia
Nono dia para avivar a ESPERANÇA e o AMOR.
O amor e a esperança sempre vão de mãos dadas com a fé. Por isso em seu hino ao amor nos mostra São Paulo que o amor crê sem limites e espera sem limites. (1Cor 13, 7)
Uma fé viva, um amor sem limites e uma esperança firme são o incenso, e ouro e a mirra que nos dão ânimo para viver e coragem para não cair.
É graças ao amor que sonhamos com altos ideais e é graças à esperança que os alcançamos.
O amor e a esperança são as asas que nos elevam à grandeza, apesar dos obstáculos e das insipidezes.
Se amarmos a Deus, amamos a nós mesmos e amamos a outros, podemos obter o que sugere São Pedro em sua primeira carta: “estejam sempre dispostos a dar razão de sua esperança. Com doçura, respeito e com uma boa consciência”. 3, 15 – 16.
Se acendermos a chama da esperança e o fogo do amor, sua luz radiante brilhará no novo ano depois que se apaguem as luzes do natal.