Ecoando o amor além fronteiras

5º Domingo de Páscoa 24 de abril de 2016

22 ABR 2016
22 de Abril de 2016

Textos: At 14,21b-27; Ap 21,1-5; Jo 13,31-33ª.34-35

No evangelho de hoje, Jesus disse a seus discípulos: “Eu vos dou um novo mandamento. Amai-vos uns aos outros”. Esta é a idéia central de nossa fé. Amai-vos uns aos outros, são palavras fáceis de dizer, mas difícil de praticar. Vou partilhar com vocês minha experiência.

Quando eu era seminarista, participei do grupo de voluntariado fazendo distribuição de comida às pessoas sem casa. Fazíamos Oniguiri e sanduíche e íamos para a estação ou para as margens do rio onde dormiam os sem casa.

Quando visitamos uma pessoa que morava à beira do rio num pequeno cômodo coberto de plástico ele nos disse: ‘Obrigado sempre. Temos muitos tomates, se vocês quiserem, podem colher e levar, viu?’ Ali à beira do rio, aquele senhor havia plantado bastante tomatinhos.

Eu disse: Não, obrigado! Porque nós sendo ajudante dos sem casa, para mim é muito estranho receber os tomates dos sem casa.

Mas uma das pessoas do grupo disse: ‘Obrigado!’, e em seguida começou a colher tomates. Eu também colhi tomates, mas me senti complicado.

Mas, logo eu percebi que meu pensamento estava errado. Eu estava sendo orgulhoso porque não passo necessidade de comida e estava dando comida ao coitado do sem casa

Percebi que eu estava olhando o sem casa de cima para baixo, porque me sentia como a pessoa que dava e ele a pessoa que recebia a doação de comida. Amar uns aos outros é acompanhar e sofrer com as pessoas que sofrem e não olhar para o outro como superior.

No novo testamento, sentir em si mesmo a dor dos outros, significa compaixão, profunda misericórdia. Vendo a multidão como ovelhas sem pastor, Jesus teve compaixão e curou os doentes e fez o milagre de multiplicação dos pães. Na parábola do Bom Samaritano, nós vemos que o samaritano teve compaixão e cuidou de um judeu que foi agredido e deixado quase morto à beira do caminho. Na parábola do filho que esbanjou toda a herança, o pai teve compaixão do filho quando voltou sem dinheiro, e o acolheu com festa.

A palavra Compaixão, de origem grega, vem da palavra ‘entranhas’ que significa sentir em si a mesma dor dos outros. Amai-vos uns aos outros, é muito mais que ser gentil com os outros. Isto é acompanhar as pessoas feridas, chorar com eles, orar com eles. Jesus nos pede para sermos pessoas cheias de compaixão.

Atualmente, muitas pessoas de Kumamoto-ken estão refugiadas por causa do terremoto. Kumamoto-ken está muito longe de nós. Não podemos fazer muita coisa. Enviar dinheiro, alguma coisa das necessidades diárias, é bom, mas muito mais que isso, nós podemos fazer de coração é orar a Deus todo-poderoso. Orar de coração pelos refugiados é a prática do mandamento: amai-vos uns aos outros. Vamos acreditar no poder da oração e na obra de Deus todo-poderoso.

Pe. Megumi Fujita – Pároco de Mine e Kanuma

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Ecoando o amor, além fronteiras!

Diocese de Saitama - Japão