Ecoando o amor além fronteiras

12º Domingo do Tempo Comum- Ano C

18 JUN 2016
18 de Junho de 2016

Textos: Zc 12,10-11;13,1; Gl 3,26-29; Lc 9,18-24

19 de junho de 2016

Ouvindo o Evangelho de hoje, qual a Palavra de Deus que ecoa no seu coração? A palavra que tocou o meu coração está na segunda metade do texto: “ Se alguém me quer seguir, renuncie a si mesmo, tome sua cruz cada dia, e siga-me.”

Qual é a cruz que cada um de nós está carregando? Para as crianças, a cruz será talvez a matéria que não gostam na escola, ou ter que estudar para entrar no colégio ou na universidade, para outros a cruz pode ser a procura de emprego, não é? Para os adultos, a cruz pode ser o trabalho, a família, ou criação dos filhos, não é? Para os idosos, a cruz pode ser as dores no corpo e o sofrimento da doença crônica, não é? A cruz pode ser nossa preocupação e quando nos livramos de nossa cruz, ficamos descansados.

Eu carrego algumas cruzes e uma é ter que cuidar da minha mãe. Minha mãe fica no asilo de idosos, então eu vou a Karasuyama toda segunda-feira. Coloco minha mãe no carro e levo-a comigo ao convento das irmãs religiosas, onde celebro a missa e passo um pouco do tempo com ela. Como a vida no asilo é muito monótona, ela se esquece e pergunta: Que dia é hoje? Que dia da semana é hoje? Mas ela gosta de ir a missa uma vez por semana, então eu continuo a celebrar a missa em Karasuyama.

Por que eu faço isto? Faz dois anos em dezembro que meu pai faleceu no asilo de idosos em Utsunomiya. Quando ele morreu, eu estava morando em Karasuyama e uma vez por semana ia dar aula em Utsunomiya e passava no asilo onde ele estava e ficava um tempo com ele. E uma vez por mês levava minha mãe onde ele estava para passar um pouco com ele como casal. Mas quando eu recebi a noticia do falecimento de meu pai, eu me arrependi muito, por não ter feito o mesmo com meu pai para ficar satisfeito. Esta é a minha cruz. Até agora, eu acompanhei algumas pessoas que na velhice e enfermidade ficaram com a família e faleceram em casa. Eu entendi com a cabeça como é difícil para a família cuidar dos falecidos, mas eu fiquei inveja de acompanhados.

Por isso, eu assumi levar minha mãe uma vez por semana à missa comigo como meu dever. Eu não dei essa alegria ao meu pai, agora eu carrego essa cruz de levar minha mãe diante de Deus.
Jesus nos diz que a cruz é dada a cada pessoa, são as dores e o lamento de todo ser humano neste mundo. A cruz são os meus problemas e às vezes os problemas dos vizinhos que acompanhamos. Mas nós podemos ignorar essa cruz, nos afastar ou odiar estes problemas, não é? Mas Jesus espera que nós acompanhemos a dor e o grito deste mundo, e cuidemos da vida.

Nós temos a liberdade de escolher e dar a resposta de sim ou não ao chamado de Jesus. Este chamado é o mesmo da vocação. A pessoa que tem muitos problemas, já não quer mais porque está farto, tem a liberdade para recusar, mas Jesus nos pede para viver fielmente nossa vocação.

No final do evangelho, Jesus diz;. “Quem quiser salvar a sua vida, vai perdê-la; e quem perder a sua vida por causa de mim, esse a salvará.” Jesus carregou a cruz subindo a colina de Gólgota, não é? E agora, nós vamos ficar com a multidão criticando e rindo de Jesus? Ou vamos como aqueles que à beira da estrada ficou em silêncio, sem palavra diante da via sacra? Ou vamos seguimos atrás dele com as mulheres de Jerusalém? Dependendo da fé nós escolhemos do lado de quem queremos ficar....

Pe. João Evangelista Megumi Fujita   - Pároco de Mine e Kanuma – Tochigi-ken

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Diocese de Saitama - Japão