Ecoando o amor além fronteiras

3º Domingo do tempo comum - Ano C

21 JAN 2016
21 de Janeiro de 2016

24 de janeiro de 2016

Textos: Ne 8,2-4ª.5-6.8-10; 1Cor 12,12-30; Lc 1,1-4.4,14-21


Aconteceram muitas coisas nas últimas semanas, mas eu vou contar para vocês somente dois casos. Um membro japonês de nossa comunidade estava com dor no peito, e hospitalizou-se. Ele não tem mulher, nem irmão, nem irmã, e nem parente nenhum. Recebi a notícia dele e fui ao hospital para dar o Sacramento da Unção dos Enfermos. Como ele recebe a ajuda da prefeitura, um funcionário público e os amigos se reuniram no hospital, mas ele queria receber visita das senhoras da nossa comunidade. Então, elas passaram a fazer visitas. Desculpem-me dizer, mas ele é idoso e não é bonito, mas todos os dias está recebendo visitas de senhoras elegantes, por isso, as enfermeiras com os rostos misteriosos se perguntam: Será que ele é um cara popular?

O outro caso que tive esta semana, é o de uma filipina que foi hospitalizada por alguém da comunidade. Ela perdeu o marido japonês e não tem boa relação com a família dele. Depois que ela sair do hospital, será muito difícil sobreviver no Japão. Por ela ser filipina, vieram conversar comigo para ver como a igreja católica pode ajudar.

Como sou membro do grupo de português no Centro Internacional da Diocese, eu consultei ao padre filipino sobre o caso. Daí, fomos juntos ao hospital para encontrar com ela. Até esse dia, ela falava pouco, porque não tinha com quem conversar na língua natal, e parece que ela ficou alegre por conversar com padre filipino na sua língua. Ela conversou tanto que os enfermeiros ficaram admirados.

Nestes dois casos que acabo de relatar, podemos ver a figura amiga da comunidade eclesial em favor dos fracos. Numa empresa e na sociedade em geral, o centro é o líder com carisma, ou alguns líderes que organizam a companhia. Nesta situação é muito importante para o sucesso da empresa. Por outro lado, existe também na empresa o grupo dos fracos. Por exemplo, o sindicato. O sindicato é a união dos trabalhadores fracos que se organizam para proteger os direitos rivalizando-se contra o empresário.

E como é a nossa comunidade eclesial? Nossa comunidade é um grupo de fracos. Nesse ponto somos parecidos ao sindicato. E, como numa empresa nossa comunidade tem também o líder que está no centro da comunidade. Quem é o centro da nossa comunidade? Se vocês disserem que é o padre, eu fico muito alegre, mas isto é errado. O Papa, não é? A quem o Papa substitui? O Papa substitui a Deus, não é? Na nossa comunidade, Deus é o centro.

Temos ao mesmo tempo duas características da empresa: o sindicato e o líder invisível no centro. Somos unidos pela fé no centro invisível, e assim somos todos membros de uma família.

Na primeira leitura de hoje, o sacerdote Esdras faz a leitura do livro da Lei para assembléia de homens, de mulheres... E ainda disse a todos: “Este é um dia consagrado ao Senhor, vosso Deus!... “Ide para vossas casas e comei carnes gordas, tomai bebidas doces e reparti com aqueles que nada prepararam,...” Aqui mostra a característica da comunidade: Colocar a Deus no centro, e partilhar a alegria com aqueles que nada prepararam carnes gordos e bebidas doces.

Na segunda leitura também, está falando sobre a comunidade. A nossa comunidade é formada por várias pessoas. Mas mesmo que tenha muitos membros somos um só corpo. Paulo enfatizou: “Vós, todos juntos, sois o corpo de Cristo e, individualmente, sois membros desse corpo”. Isso nós sabemos. A comunidade da Igreja tem laços de família, e que só pelo fato de um membro existir ele já tem o seu valor.

No evangelho, Jesus entrou na sinagoga de Nazaré, no sábado, e leu o trecho do livro do profeta Isaías, que fala para que veio o Salvador. “Ele veio para anunciar a Boa-nova aos cativos, e aos cegos a recuperação da vista; para libertar os oprimidos e para proclamar um ano da graça do Senhor.”

Na nossa comunidade mesmo sendo fraco, cada membro é importante. Está bem que seja um pecador que se arrepende, está bem mesmo as pessoas que a sociedade não valoriza. Na nossa fraqueza e nas coisas sem valor transborda a graça de Deus. Por quê? Porque Deus é o amor. Onde se acende o fogo do amor de Deus, quem ajuda e quem é ajudado ficam iluminados no amor de Deus. Para ganhar a vida eterna, não precisa da avaliação humana. Tudo o que precisamos é da avaliação de Deus. Isto é, viver segundo a vontade de Deus.



Pe. João Evangelista Megumi Fujita

                                                                                                                          -Comunidade de Otawara- Tochigi-ken

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Diocese de Saitama - Japão