Ecoando o amor além fronteiras

14º Domingo do tempo comum - Reflexão

02 JUL 2016
02 de Julho de 2016

14º Domingo do tempo comum(C)

Textos: Is 66,10-14; Gl 6,14-18; Lc 10,1-12.17-20

3 de julho de 2016

Antes de entrar para o seminário, eu vivi durante 9 meses na AKATSUKI-NO-MURA que é uma obra social da igreja, e fica na cidade de Maebashi em Gunma-ken. Lá moram alguns refugiados vietnamitas com a doença psicológica. Através destas pessoas feridas pela sociedade japonesa, o bispo Dom Tani ensinou-me a viver uma vida evangélica morando lá.

Quando fui enviado, Dom Tani escreveu-me uma mensagem como a palavra de Deus: “Não leveis bolsa, nem sacola, nem calçado.” Quando eu cheguei lá com uma bolsa de Boston, uma irmã religiosa disse-me: ‘Olá, você tem só uma bolsa de Boston, parece com Francisco’.

Minha vida até aquele momento era uma vida de elite que outras pessoas invejavam. Mas minha vida virou pelo avesso, eu troquei para viver a misericórdias para com os outros. Vendo aqueles refugiados e relacionando com os voluntários eu vivia cada dia como dom de Deus. Quando eu fui ao Brasil, eu tive a mesma experiência. Eu ficava na casa dos brasileiros, comia arroz com feijão. No início, eu não estava familiarizado com  o feijão e arroz, mas eu passei a gostar. Eles nunca me pediram nem um centavo de dinheiro. Eu vivia pela ajuda dos brasileiros. Então eu estudei português desesperadamente. Tornar-me um brasileiro seria a minha retribuição, meu agradecimento aos brasileiros que estavam me dando de comer.

Ser enviado em missão é deixar para trás nosso orgulho e ter a experiência de nascer de novo e ser como um bebê que não pode nada. Como não sabemos nada, é ouvindo e aprendendo das pessoas que conhecemos a grandeza da graça de Deus para nosso proveito próprio.

Na segunda leitura, Paulo escreveu: “Quanto a mim, que eu me glorie somente da cruz do Senhor nosso, Jesus Cristo.” Quando vivemos na sociedade, usamos a consciência, a experiência, os conhecimentos, o poder de dinheiro, o encorajado e o esforço constantemente. Mas aqueles que são enviados em seguimento de Cristo guiados por sua graça recebem a força e a esperança.

A primeira leitura, é um canto de Isaías para encorajar aos refugiados da Babilônia que retornaram a Jerusalém. A reconstrução de Jerusalém não seria fácil e teria muitos sofrimentos, mas Isaías encorajou o povo a acreditar no Senhor e esperar a salvação com alegria no coração. Voltar à capital de Jerusalém é receber a missão para a reconstrução.

Nós também somos enviados. No final de cada missa, depois do sinal da cruz, o sacerdote diz o seguinte: ‘Ide em paz e o Senhor vos acompanhe’. Esta é a palavra do envio à missão. Cada pessoa está enviada, aos membros da família que ainda não são cristãos, cada família é enviada a ser testemunha e a anunciar Jesus Cristo a outra família. As pessoas que trabalham na linha dianteira da sociedade estão enviadas à linha dianteira da missão. Depois da missa, vocês pensam em só voltar para casa. Mas é em casa e no local de trabalho o lugar da missão. Às vezes,  não temos a chance de falar de Deus com as palavras, não é. Mas podemos anunciar com a vida na vivência da palavra de Deus. No início, pode ser difícil, mas com coragem, vivendo a palavra de Deus, vamos pouco a pouco dando passos para viver a missão no dia-a-dia.

Que o Senhor nos dê sua força.!

Pe. Megumi Fujita – Paróquia de Mine e Kanuma- Tochigi-ken

Voltar

Ecoando o amor, além fronteiras!

Diocese de Saitama - Japão