Ecoando o amor além fronteiras

Reflexão Dominical - Domingo 17 de Julho

15 JUL 2016
15 de Julho de 2016

16º Domingo do tempo comum(C)

17 de julho de 2016

Textos: Gn 18,1-10; Cl 1,24-28; Lc 10,38-42

No domingo passado, o arcebispo Dom Okada celebrou conosco na Igreja de Kanuma, onde sou pároco. Naquele dia esteve também uma pessoa que veio pela primeira vez a igreja de Kanuma e após a missa na hora da confraternização, ela disse-me que gostaria de ter conversar comigo. Eu percebi que ela estava com algum problema. Então combinamos para conversar após a confraternização. Ela ainda disse que queria estar na confraternização para desfrutar um pouco.

Depois de mais ou menos 30 minutos, ela me disse que já não precisava conversar, e voltou para casa. Nessa hora eu pensei: Eu errei! Não imaginei que ela fosse sentir vergonha de estar sentada numa festa até o final sem conhecer ninguém. Fiquei com vergonha de fazê-la esperar até o final da festa.

Quando eu era seminarista, um padre veterano me disse: o sacerdote não deve usar muito, a palavra ‘Ocupado’. E ele explicou o por quê:

Quando o padre está ocupado, é difícil as pessoas pedir para conversar sobre os seus problemas. Se os fiéis não podem falar, o padre fica também sem entender os problemas dos fiéis. Com isso, o padre e os leigos não conhecem e nem entendem uns aos outros.

Quando eu falei com aquela senhora que íamos conversar depois da festa, eu errei, porque eu adiei o momento de acolher aquela pessoa porque eu estava ocupado na confraternização. Talvez, se eu tivesse escutado o problema dela, ela ficaria tranquila. Ou talvez, ela pensou em voltar mais uma vez, não é? Assim espero.

Quando lemos o evangelho de hoje, vemos como Marta trabalhou para acolher a Jesus. Estava desesperada para alegrar a Jesus, mas ela estava insatisfeita porque não escutou o ensinamento de Jesus para preparar as coisas. Então, ela resmungou a Jesus: “Manda que ela venha me ajudar.”

É importante que quem é anfitrião acolhe as visitas. Aqui nós vemos que o visitante é Jesus, e as anfitriãs são Marta e Maria. Mas, como será aos olhos de Deus, não é? Jesus foi à casa de Marta e Maria para que a palavra de Deus fosse ouvida. Ele convida as pessoas para a mesa da palavra, a refeição da palavra de Deus. Jesus é o anfitrião e Marta e Maria são visitantes.

É claro que precisa de comida para satisfazer a Jesus, mas quando começa a refeição da palavra de Deus, sentar-se à mesa é etiqueta das boas maneiras das pessoas. Marta preocupada trabalhando para acolher a Jesus, não percebeu ser convidada para a mesa da palavra de Deus. Muito amável Jesus ensinou a Marta. “Tu te preocupas e andas agitada por muitas coisas. Porém, uma só coisa é necessária.” Na mesa da palavra de Deus, precisa saborear a palavra de Deus.

Quando vocês quiserem falar comigo, vamos conversar sem cerimônia. Eu tenho um pouco de tempo para falar com vocês.

Vocês são os anfitriões e o padre é o visitante. O padre deve tomar a refeição da palavra de Deus através das palavras de vocês. Dentro de cada partilha de vida tem uma mensagem de Deus escondida. O padre recebe e guarda esta mensagem. Amém.

Pe. João Evangelista Fujita Megumi – Pároco de Kanuma e Mine

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