Textos: Sb 18,6-9; Hb 11,1-2,8-19; Lc12,32-48
7 de agosto de 2016
No evangelho de hoje, aparece três vezes a palavra ‘Feliz’. “Felizes os empregados que o senhor encontrar acordados quando chegar.” “E caso ele chegue à meia noite ou às três da madrugada, felizes serão, se assim os encontrar.” “Feliz o empregado que o patrão, ao chegar, encontrar agindo assim!”
O ponto comum das três frases é: feliz de quem estiver preparado quando acontecer o inesperado. Mas nós ficamos confusos, não é? Há um limite para nossa concentração. É doloroso esperar por algo que não sabemos quando vai acontecer.
Atualmente, o ser humano não gosta de esperar. Se vocês chegam no lugar, na hora do compromisso e seu amigo não chega, o que vocês fazem? Imediatamente vocês pega o telefone e vai ligar para o amigo, não é? Porque tempo que se perde esperando é tempo inútil, é desperdício.
Por isso, é doloroso ouvir a mensagem no evangelho de hoje. Mesmo que o evangelho diga que quem espera é feliz, nós acabamos nos perguntando: ‘mas isto tem valor?’
Então, em que ocasião nós podemos esperar? Para os adolescentes em que momentos esperam? Para os casados, vamos lembrar como éramos antes de casamento! Pois é ..., quando vocês se apaixonaram não era doloroso esperar, não é? E quando vocês esperavam os namorados e as namoradas, vocês acreditavam ou não acreditavam neles? Então, somos capazes de esperar, quando acreditamos.
Na primeira leitura, nós lemos o seguinte: “A noite da libertação fora predita aos nossos pais, para que, sabendo a que juramento tinha dado crédito, se conservassem intrépidos”. O povo hebreu acreditou na palavra de Moisés e esperou a noite da Páscoa. Naquela noite, o Senhor passou tirando a vida de todos os filhos primogênitos do Egito, e o Faraó do Egito deu a permissão para o povo hebreu sair do Egito. Pela força da fé o povo hebreu espera o tempo de libertação.
Também a segunda leitura, nos fala que, “a fé é um modo de já possuir o que ainda se espera, a convicção a cerca das realidades que não se vêem.” Deus prometeu a Abraão a prosperidade e descendente como as estrelas do céu e a areia das praias do mar. Mas ele precisou de muito tempo e sua fé foi provada pelo sacrifício de Isaac. E como fruto, hoje Abraão é honrado como o pai dos povos pela sua fé.
Esperar o tempo é estar abrindo os olhos do nosso coração. A fé abre os olhos do nosso coração. A partir da fé, nasce a esperança. Quanto mais as pessoas sofrem e passam por dificuldades mais elas aprofundam na fé.
Vamos nos preparar enquanto esperamos. Vamos aprofundar nossa fé e abrir os olhos do nosso coração. A esperança verdadeira não é conformismo, mas é um modo de já possuir o que se espera pela fé.
Pe. João Megumi Fijita – Pároco de Kanuma e Mine - Tochigi