Ecoando o amor além fronteiras

21º Domingo do tempo comum(C)

20 AGO 2016
20 de Agosto de 2016

Textos: Isaías 66,18-21; Hebreus 12,5-7.11-13; Lucas 13,22-30

21 de agosto de 2016

Hoje, o Senhor diz: “Fazei todo esforço possível para entrar pela porta estreita.” O que é a porta estreita? Vamos refletir sobre esta pergunta comigo.

Quando eu estava pensando sobre o que significa a porta estreita, eu percebi que isto é uma linguagem simbólica. Tem alguém que gosta de lugar estreito, apertado? Este ano eu mudei da igreja de Karasuyama para a igreja de Mine. Agora em Mine, é tudo maior, mais amplo do que em Karasuyama: a sala, o banheiro, a igreja. É muito trabalho para fazer limpeza, mas me sinto confortável por isso, eu penso que nós não gostamos de lugar estreito.

Pelas as palavras de Jesus, muitos tentarão entrar pela porta estreita, mas não conseguirão. Isto não é fácil de encontrar e entrar, porque a porta estreita é algo contrário às nossas preferências, admiração e ao que o povo aspira.

Me lembro de uma pessoa que procurou a porta estreita. O padre japonês, jesuíta que se chama Setsurou Horie e foi para o Brasil quando ainda era jovem, e depois que estudou português foi trabalhar em São Paulo os adolescentes da comunidade japonesa. Depois disso, ele trabalhou no seminário, e naquele tempo faltava comida, então o Pe. Horie preparava a comida para os seminaristas. Agora ele está trabalhando num povoado pequeno perto de fronteira de Guiana, no estado de Roraima. O estado de Roraima é muito pobre.

O padre brasileiro que acompanha, mudou para a igreja da cidade, porque este seminário é muito pobre. Padre Horie disse brincando: “ele não vem muito ao seminário, porque não tem comida”. O padre Horie é missionário até mesmo em lugares pobres, evitados pelos padres brasileiros. Nesta região, vivem os índios, então o Pe. Horie trabalha pelos direitos humanos dos índios e anuncia o evangelho. Ele mora numa casa pobre que parece com a casa do filme de Roberto Nilo “A Missão”.

Na cerimônia de abertura dos jogo de olímpicos no Rio de Janeiro, nós vimos a dança dos indígenas plantando a semente de árvores pelos jogadores. No Brasil, está muito grave a destruição do meio ambiente. A região indígena foi explorada e o espaço para viver foi destruído. Mas, os índios não protestaram contra o governo, então no lugar dos índios o padre Horie fez protestos para proteger a vida dos índios.

No Japão, também temos pessoas parecidas como o padre Tetsurou Honda que trabalha para o povo sem casa em Kamagasaki em Ohsaka, ou senhor Masaki Yamamoto que dirige a “Casa da

esperança”, que é hospício para os sem casa. Assim, nós temos exemplos de algumas pessoas que experimentaram entrar pela porta estreita.

Independente da nacionalidade, ver as pessoas que não podem ser ignoradas no mundo é olhar a sociedade com os olhos de Deus. Caminhar com este povo, é como diz a primeira leitura, “Eu virei para reunir todos os povos e línguas; eles virão e verão minha glória.”

Na segunda leitura, aparece a palavra educação. Quando nós encontramos as pessoas desinteressadas pelo mundo, nossa fé é educada e sabemos a vontade de Deus. A porta estreita está perto de nós. Quando nossos olhos estão iguais aos olhos de Deus, nós afastamos nossa vaidade, e entendemos o amor e glória de Deus. Amém

Pe. João Megumi Fujita – Paróquia de Mine e Kanuma- Tochigi ken


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Diocese de Saitama - Japão