Textos: Sb 9,13-18; Fm 9b-10.12-17; Lc 14,25-33
Hoje celebramos a liturgia do vigésimo terceiro domingo do tempo comum, mas acrescentamos mais duas intenções:
- O Papa Francisco em 24 de maio de 2015, publicou a Carta Encíclica ‘Louvado Seja’, sobre o cuidado da criação, e partilhando da preocupação pelo futuro da Criação com a Igreja ortodoxa, em 6 de agosto de 2015, o Papa Francisco escreveu uma carta instituindo na Igreja Católica o Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação, a ser celebrado, todos os anos, no dia Primeiro de setembro. Então, a igreja do Japão decidiu celebrar sempre no primeiro domingo de setembro o Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação.
- A outra intenção, é a canonização da Madre Teresa de Calcutá, hoje, 4 de setembro em Roma pelo Papa Francisco. Assim, nós celebramos essa missa em louvor a Deus pela vida de Santa Teresa de Calcutá, que serviu a Deus e aos pobres.
Bom, ouvindo o evangelho de hoje, eu acho que muitas pessoas ficaram surpreendidas com as palavras de Jesus. “Se alguém vem a mim, mas não se desespega de seu pai e sua mãe, sua mulher e seus filhos, seus irmãos e até da sua própria vida, não pode ser meu discípulo.” Vamos entender! Jesus não está mandando odiar a família, mas significa amar menos. Em geral, nós importamos muito com a família, mas se precisamos escolher entre Deus e a família, Jesus nos pede para escolher a Deus.
Madre Teresa de Calcutá foi uma pessoa que escolheu a Deus. Ela entrou para a Congregação das Irmãs de Nossa Senhora do Loreto e foi enviada para a Índia. Lá trabalhando no Colégio foi professora de geografia e logo tornou-se diretora do colégio.Mas ela escutou a voz de Deus que dizia para Servir aos pobres. Então, ela saiu da congregação e foi para a favela de Calcutá. Ela abandonou o respeito do povo pela sua posição, como diretora do colégio para seguir a voz de Deus.
A parábola da torre e do rei nos recomenda calcular, planejar e examinar. Mas esta não é a sabedoria do mundo. A parábola nos alerta que quando seguimos a Deus, caminhamos com disposição e entregamos tudo nas mãos de Deus. No entanto, algumas pessoas criticam dizendo que confiar tudo a Deus é ser irresponsável. Por isso, precisamos usar a sabedoria recebida de Deus para conhecer a vontade de Deus, como diz a primeira leitura:“ Por acaso alguém teria conhecido o desígnio de Deus, sem que recebesse Sabedoria?” Pela oração, conhecemos e recebemos a vontade de Deus e trilhamos os caminhos de nossa história.
A segunda leitura diz o seguinte: “Filêmon era um discípulo de Paulo e seu escravo Onésimo, havia fugido por algum motivo quando se encontrou com Paulo e recebeu Batismo. Na lei daquele tempo, a fuga do escravo,era um grave delito. O escravo seria entregue à pena de morte. Paulo escutou seu pecado e deu a carta para Onésimo levar a Filêmon que dizia para Filêmon acolher a Onésimo como irmão que crê em Deus e não como um escravo fugitivo. Ele pediu para acolherá Onésimo como companheiro não pelas leis humanas, mas pela leidivina.
Nossa sociedade é governada pelas normas humanas. Mas, seguindo estas regras a humanidade está destruindo a natureza. O ser humano coloca em primeiro lugar as regras humanas. Por outro lado, a regra natural é a regra da interdependência. Ou seja, o ser humano está interligado com a natureza. Estamos sempre procurando uma vida de conforto, sem muito esforço por isso, vivemos com a regra do domínio da natureza. Mas chegamos no limite do abuso. O desequilíbrio do meio ambiente global é o clamor da mãe terra. Isto é igual ao grito das pessoas sacrificadas por causa da indiferença deste mundo. “Usemos de misericórdia para com a nossa casa comum.”, é o apelo do Papa Francisco em sua mensagem. “Esta é uma nova obra de misericórdia. Como obra de misericórdia espiritual, o cuidado da casa comum requer «a grata contemplação do mundo»” 1
Cada um de nós precisa perceber que sobrevivemos na natureza que é graça de Deus. E vamos agradecer a Deus a graça de co-existir e coabitar com a natureza. Amém.
Pe. João Evangelista Megumi Fujita – Pároco de Kanuma e Mine – Tochigi-ken
1 Mensagem do Papa Francisco para o Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação Quinta-feira, 1º de setembro de 2016